Velho Chico é uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo no tradicional horário das 21 horas desde 14 de março de 2016, substituindo A Regra do Jogo.[3] É a 10ª "novela das nove" exibida pela emissora. Criada por Benedito Ruy Barbosa e Edmara Barbosa, é escrita por Edmara e Bruno Luperi, sob supervisão de Benedito, com a colaboração de Edilene Barbosa e Luis Alberto de Abreu; direção de Carlos Araújo, Gustavo Fernandez, Antônio Karnewale e Philipe Barcinski e direção geral e núcleo de Luiz Fernando Carvalho.[4] [5]
Conta com as participações de Rodrigo Santoro, Carol Castro, Julia Dalavia, Renato Góes, Selma Egrei, Tarcísio Meira, Rodrigo Lombardi, Fabiula Nascimento, Chico Díaz e Cyria Coentro.
Índice
[esconder]Produção[editar | editar código-fonte]
Em 2009, Benedito Ruy Barbosa entregou a direção da Rede Globo, a sinopse de uma trama sobre o Rio São Francisco; porém em 2012, após avaliação da emissora, a história foi engavetada por ser considerada política demais. Benedito esperava levar a história no ano seguinte na faixa das 21 horas, e Eriberto Leão estava cotado para o papel de protagonista.[6] Primeira opção de Benedito para o papel de protagonista, mas atuando na telenovela das 18 horas, Eriberto acabou sendo substituído por Rodrigo Santoro na 1ª fase.[7] [8] [9]
Em 2015, o projeto é aprovado para às 18 horas, substituindo Êta Mundo Bom!. Rogério Gomes foi anunciado para dirigir a trama, mas a pedido do autor e devido ao êxito da reprise de O Rei do Gado, Luiz Fernando Carvalho foi convidado para a direção; embora fosse orientado a não ousar tanto esteticamente do mesmo modo que em Hoje É Dia de Maria.[10] [11] [12]Posteriormente, a história foi deslocada para ser exibida às 21 horas, substituindo A Regra do Jogo, na vaga que era deSagrada Família, devido aos temas pesados abordados pelas telenovelas até então já aprovadas e/ou exibidas, além da impossibilidade da trama já aprovada abordar a temática política, pelo fato de ser ano eleitoral.[13] [14] [15] [16]
Luiz Fernando Carvalho desejava uma atriz espanhola para o papel de Iolanda, mas devido a grande importância da personagem para a história, Carol Castro e Christiane Torloni foram convidadas para interpretar a personagem.[17] [18] [19] Antes de Castro, Ana Paula Arósio foi convidada para o papel, mas as negociações com a emissora não avançaram.[20] [21] Com o não de Arósio, Maria Fernanda Cândido foi convidada para interpretar a personagem, que também recusou o papel.[22] Letícia Sabatella havia acertado de interpretar Maria Tereza, mas devido a compromissos com o teatro e cinema, Camila Pitanga assumiu o papel.[23] [24]
Ambientada no Nordeste brasileiro, as cenas iniciais foram gravadas em locações como Baraúna, no Rio Grande do Norte; além do distrito de Povoado Caboclo e Olho d'Água do Casado em Alagoas. Na Bahia, um casarão da Ilha de Cajaíba, em São Francisco do Conde, o município de Cachoeira e o Raso da Catarina foram usados como locações.[3] [25] No total, cerca de 562 cenas foram gravadas nas locações nordestinas, em que cerca de 60 a 70% do elenco é formado por atores da região.[26] [27] [28]
A cenografia foi feita com peças reaproveitadas, provindas de objetos reciclados, como lâmpadas incandescentes utilizadas em refletores antigos reconstruídos.[29] O figurino da primeira fase foi composto por roupas reais de moradores das locações, através da troca de roupas usadas em troca de novas aos moradores.[30] Passando por descoloração de tecidos, tingimento e envelhecimento natural, o figurino dos personagens sertanejos são feitos em tons pastéis, enquanto os de Salvador são inspirados na Tropicália.[31]
Controvérsia[editar | editar código-fonte]
Durante a coletiva de apresentação da trama, Benedito Ruy Barbosa causou controvérsia ao dizer que "odeia história de bicha" em alusão as últimas tramas das 21 horas, que deram destaque a personagens homossexuais.[32] [33] A fala rendeu comentários negativos, como do diretor Luiz Fernando Carvalho, que classificou a fala como um "momento infeliz".[34] O Deputado Federal Jean Wyllys publicou em seu perfil no Facebook um longo texto, classificando as palavras do autor como "deselegantes, reacionárias e homofóbicas".[35] Aguinaldo Silva por meio de sua conta no Twitter, questionou se a fala teria relação com uma "traumática história de sofá", enquanto alguns usuários da mesma rede social sugeriram boicote ao folhetim.[36] [37] Como resposta, a emissora cogitou inicialmente um comunicado à imprensa onde dizia que "as declarações de Ruy Barbosa não refletiam a política da empresa"[38] , mas optou-se por não se pronunciar em relação ao que foi dito.[39] Posteriormente, o canal acordou com o autor e sua família para não conceder entrevistas, a fim de evitar temas polêmicos que possam atrapalhar a divulgação da trama.[38]
Enredo[editar | editar código-fonte]
Definida pelo diretor como uma saga familiar shakespeariana, contando uma história de amor emoldurada por crítica social, a trama se inicia no final dos anos 1960, quando Afrânio, filho do poderoso Coronel Jacinto é obrigado a retornar de Salvador para a fictícia Grotas de São Francisco, para assumir o lugar do pai, que comandava a política e a economia local. Apaixonado por Iolanda, mas obrigado pela amargurada mãe Encarnação, que ainda sofre pela perda de seu filho mais velho, morto nas águas do São Francisco, Afrânio parte numa viagem pela região para reafirmar alianças que seu pai mantinha. Em sua viagem, conhece Leonor, que acaba por lhe atiçar o desejo, e se envolvendo cada vez mais, o pai da moça obriga a se casarem. Leonor é recebida com desprezo por Encarnação, pelo fato de vir de uma classe baixa, ou seja, incapaz para ser esposa de seu filho, o jovem Coronel Saruê. Quando Maria Tereza nasce, Encarnação espalha que nem para dar um filho homem, Leonor serve.
Rival da família Sá Ribeiro, já que o Coronel Jacinto ambicionava suas terras, o Capitão Ernesto Rosa, homem justo casado com Eulália, mas sem filhos, adota Luzia, bebê abandonada no meio da plantação de algodão. Na mesma época, acolhem o casal de retirantes, Belmiro e Piedade, pais de Bento e Santo. Com o passar do tempo e crescendo juntos, Luzia passa a nutrir uma paixão por Santo, que nem desconfia dos sentimentos da irmã de criação.
É numa procissão de São Francisco de Assis, sob as águas do Velho Chico, que os caminhos de Santo e Maria Tereza se cruzam. Mas o amor do filho do retirante com a filha do Coronel é descoberto, e Maria Tereza é mandada para um internato em Salvador. Apesar de enviar cartas para o amado, em que revela estar grávida, estas são interceptadas por Luzia, ainda apaixonada por Santo. Ao mesmo tempo que Miguel nasce, fruto de um amor proibido, Belmiro é morto por Cícero, empregado do Coronel Afrânio. Logo após o nascimento do filho, Maria Tereza volta para a fazenda de seu pai, onde acaba se casando com o jovem Deputado Carlos Eduardo, embora espere um dia reencontrar seu grande amor para viverem felizes.[40] [41] [42] [43]
Elenco[editar | editar código-fonte]
Ator/Atriz | Personagem | Fase | ||
---|---|---|---|---|
1 | 2 | 3 | ||
Rodrigo Santoro | Afrânio de Sá Ribeiro [44] | |||
Antônio Fagundes | ||||
Carol Castro | Iolanda[45] | |||
Christiane Torloni | ||||
Camila Pitanga | Maria Tereza de Sá Ribeiro[46] [47] | |||
Julia Dalavia | ||||
Isabella Aguiar | ||||
Domingos Montagner | Santo dos Anjos[48] | |||
Renato Góes | ||||
Rogerinho Costa | ||||
Selma Egrei | Encarnação de Sá Ribeiro [49] | |||
Rodrigo Lombardi | Capitão Ernesto Rosa[50] | |||
Fabiula Nascimento | Eulália Rosa[51] | |||
Irandhir Santos | Bento dos Anjos[52] | |||
Diyo Coelho | ||||
Vitor Aleixo | ||||
Lucy Alves | Luzia Rosa[53] | |||
Larissa Góes | ||||
Carla Fabiana | ||||
Marcos Palmeira | Cícero[54] [55] | |||
Pablo Morais | ||||
Lucca Fontoura | ||||
Tarcísio Meira | Coronel Jacinto de Sá Ribeiro [49] | |||
Marcelo Serrado | Carlos Eduardo[56] | |||
Rafael Vitti | ||||
Chico Díaz | Belmiro dos Anjos[57] | |||
Cyria Coentro | Piedade dos Anjos[49] | |||
Zezita de Matos | ||||
Marina Nery | Leonor de Sá Ribeiro[58] | |||
Dira Paes | Beatriz[59] | |||
Barbara Reis | Doninha[49] | |||
Suely Bispo | ||||
Julio Machado | Clemente[60] | |||
Umberto Magnani | Padre Romão[49] | |||
Leopoldo Pacheco | Dr. Emilio[49] | |||
Gabriel Leone | Miguel[49] | |||
Giullia Buscacio | Olívia[49] | |||
Mariene de Castro | Dalva[49] | |||
Carlos Betão | Aracaçu[61] | |||
Lucas Veloso | Lucas[49] | |||
Gésio Amadeu | Chico Criatura[62] | |||
Chico de Assis | Coronel Salgado[63] | |||
Maciel Melo | Egídio[27] | |||
Xangai | Avelino | |||
Verônica Cavalcanti | Zilú | |||
Davi Caetano | Martim de Sá Ribeiro | |||
Lee Taylor | ||||
Fernando Teixeira | Coronel Floriano | |||
Dadá Venceslau | Coronel Benedito | |||
Fernando Carvalho | Silvino | |||
José Dumont | Zé Pirangueiro | |||
Marcélia Cartaxo | Zefa | |||
Ana Raysa | Isabel | |||
Alli Willow | Camili | |||
Saulo Laranjeira | Prefeito Raimundo | |||
Luci Pereira | Ceci | |||
Batoré | Delegado[64] | |||
Bertrand Duarte | Coronel Osório [1] | |||
Evana Jeyssan | Wanda | |||
Denise Correia | Neusa | |||
Eugênio Etore | Severo D'Acelino | |||
Adriana Gabriela | Marta | |||
Thaíssa Cavalcanti | Matilde | |||
Antônio Carlos Feio | Tenório | |||
Flávio Rocha | Ednaldo |
Galeria[editar | editar código-fonte]
Música[editar | editar código-fonte]
N.º | Título | Música | Personagem | Duração | |
---|---|---|---|---|---|
1. | "Tropicália" (part. Orquestra Sinfônica de Heliópolis) | Caetano Veloso | Abertura[65] | ||
2. | "Gemedeira" | Amelinha | |||
3. | "Me leva" | Renata Rosa | |||
4. | "Flor de tangerina" | Alceu Valença | |||
5. | "Enquanto engoma a calça" | Ednardo | |||
6. | "Veja Margarida" | Marcelo Jeneci | |||
7. | "Como 2 e 2" | Gal Costa | |||
8. | "L'Étranger (Forasteiro)" (part. Tiê) | Thiago Pethit | |||
9. | "I-Margem" | Paulo Araújo | |||
10. | "Incelença pro amor retirante" (part. Elomar) | Xangai | |||
11. | "Serenata (Standchen)" | Chico César | |||
12. | "Pot-pourri Suíte Correnteza" | Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias, Xangai | |||
13. | "Triste Bahia" | Caetano Veloso | |||
14. | "Senhor cidadão" | Tom Zé |
Repercussão[editar | editar código-fonte]
Audiência[editar | editar código-fonte]
Horário | # Eps. | Estreia | Final | Posição | Temporada | Classificação geral | ||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Data | Primeiro capítulo | Data | Último capítulo | |||||
21:15 | - |
14 de março de 2016
| 35 | #1 | 2016 |
O primeiro capítulo de Velho Chico, de acordo com dados consolidados da Grande São Paulo, registrou 35.4 pontos com máxima de 37, conseguindo a maior audiência de uma estreia da faixa das nove desde Amor à Vida (2013).[66] No Rio de Janeiro, a estreia registrou 38 pontos de média e 55% de share.[67] O segundo capítulo registrou 33.9 pontos em São Paulo[68] e 37 pontos no Rio de Janeiro, representando queda de um ponto em ambas as regiões.[69]