Saramandaia (2013)
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Saramandaia | |||||||
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Informação geral | |||||||
Formato | Telenovela | ||||||
Gênero | Comédia Drama Fantasia | ||||||
Duração | 45 minutos (Terça, Quinta, Sexta) 20 minutos (Quarta) | ||||||
Criador(es) | Ricardo Linhares Baseado na obra de Dias Gomes | ||||||
País de origem | Brasil | ||||||
Idioma original | (português brasileiro) | ||||||
Produção | |||||||
Diretor(es) | Denise Saraceni Fabrício Mamberti | ||||||
Elenco | Sergio Guizé Leandra Leal José Mayer Lilia Cabral Vera Holtz Débora Bloch Gabriel Braga Nunes Matheus Nachtergaele Chandelly Braz Marcos Palmeira Ana Beatriz Nogueira Fernanda Montenegro | ||||||
Tema de abertura | "Saramandaia Instrumental", Sérgio Saraceni, Rodrigo Shá, Zé Canuto & Tim Malik | ||||||
Tema de encerramento | Instrumental | ||||||
Exibição | |||||||
Emissora de televisão original | Rede Globo | ||||||
Formato de exibição | 1080i (HDTV) | ||||||
Transmissão original | 24 de junho - 27 de setembro de 2013 | ||||||
N.º de episódios | 56 | ||||||
Cronologia | |||||||
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Programas relacionados | Saramandaia Roque Santeiro O Bem-Amado O Espigão |
Saramandaia é uma telenovela brasileira produzida pela Rede Globo e que foi exibida no horário das 23 horas entre 24 de junho e27 de setembro de 2013, em 56 capítulos.2 Foi a 3ª "novela das onze" exibida pela emissora.
Livremente inspirada na obra de Dias Gomes, foi escrita por Ricardo Linhares, Nelson Nadotti, Ana Maria Moretzsohn e João Brandão, tendo direção de Natália Grimberg, Adriano Melo, Oscar Francisco e Calvito Leal 3 , direção geral de Denise Saraceni eFabrício Mamberti e direção de núcleo de Denise Saraceni, sendo a terceira "novela das onze" exibida pela emissora.
Contou com Sergio Guizé, Leandra Leal, Tarcísio Meira, Fernanda Montenegro, Chandelly Braz, Marcos Palmeira, Ana Beatriz Nogueira, Matheus Nachtergaele, Aracy Balabanian, Gabriel Braga Nunes, Débora Bloch, Renata Sorrah, Vera Holtz, Lília Cabral eJosé Mayer nos papéis principais.
Índice
[esconder]Sinopse[editar | editar código-fonte]
A história se situa no fictício município de Bole-Bole, que passa por um plebiscito para a mudança do nome. O movimento é encabeçado por duas facções: os tradicionalistas, liderados pelo ex-prefeito Zico Rosado (José Mayer), seu afilhado Carlito Prata (Marcos Pasquim) e pelo Professor Aristóbulo (Gabriel Braga Nunes), que usam argumentos históricos para manter o nome da cidade; e do outro lado, os mudancistas, liderados pelos jovens da cidade, sendo que foi o vereador João Gibão (Sérgio Guizé) quem começou com a ideia, quando sonhou que a cidade teria que mudar seu nome para Saramandaia, dando início a um novo tempo.
Além da disputa pelo nome da cidade, outras tramas se desenrolam, como a guerra entre as famílias Vilar e Rosado. A primeira tem como patriarca Tibério Vilar (Tarcísio Meira), um homem sério, foi um bravo coronel no passado que agora está preso literalmente às raízes que cresceram em seus pés de tanto ele ficar sentado. O que ninguém sabe é que Tibério teve um caso na juventude com a misteriosa Candinha Rosado (Fernanda Montenegro), matriarca da família rival, que também já foi uma mulher forte que se pôs a frente pelos Rosado, mesmo hoje já estando quase caduca. Candinha é mãe de Zico Rosado, o poderoso ex-prefeito de Bole-Bole que lidera o partido tradicionalista para manter o nome da cidade, fundado pela sua família. O que ele esconde é que teve no passado um intenso relacionamento com Vitória Vilar (Lília Cabral), filha de seu arqui-inimigo Tibério Vilar, mas, pensando que o relação não podia dar certo, Vitória abandonou Zico para recomeçar sua vida em outro lugar. Zico então acabou se casando com Helena (Ângela Figueiredo), com quem teve os filhos Zé Mário (Zack Grabeel), já falecido, e Laura (Lívia de Bueno), a quem rejeita. Já Vitória, mudou-se para São Paulo, onde casou-se e teve os filhos Tiago (Pedro Tergolina), Pedro (André Bankoff) e Zélia (Leandra Leal), sendo que estes dois últimos preferiram morar com o avô em Bole-Bole, onde se tornaram mudancistas ferrenhos.
Uma reviravolta acontece quando, depois de 30 anos, Vitória retorna à Bole-Bole com Tiago. Acontece que muita coisa mudou: depois de ser abandonado por Vitória, Zico alimentou um ódio incessante pela família Vilar, e culpou Tibério pela morte de seu primeiro filho Zé Mário. Algo peculiar em Zico é que sempre que ele fica nervoso, costuma pôr formigas pelo nariz, mas parece não se incomodar com isso. Ele também detesta os filhos de Vitória, principalmente pelo fato deles liderarem o movimento para a mudança de nome da cidade. Mas, o que Vitória nunca contou a ninguém é que sua primeira filha Zélia é na verdade fruto de seu relacionamento com Zico, gerando muitos conflitos na trama desde então.
Tudo se complica mais ainda quando Tiago, filho mais novo de Vitória, passa a ter um caso com Stela (Laura Neiva), neta de Zico Rosado, filha do falecido Zé Mário. Este morreu quando Stela ainda era bebê, e ela também acredita que sua mãe morrera no parto. Mas, tudo muda com a chegada de Risoleta (Débora Bloch), uma mulher provocante que retorna a Bole-Bole depois de anos para acertar contas com Zico Rosado. Acontece que Risoleta é a verdadeira mãe de Stela, e veio para reaproximar-se dela, depois de ter se arrependido por ter aceitado o dinheiro oferecido por Zico para se afastar de sua filha há muitos anos atrás. Risoleta é dona de uma pensão muito frequentada pelos homens de Bole-Bole, e por isso vive sendo perseguida pelas beatas moralistas da cidade: a implicante Maria Aparadeira (Ana Beatriz Nogueira), e suas amigas, Fifi (Georgiana Góes) e a esganada Dona Redonda (Vera Holtz), uma mulher enorme que está prestes a explodir de tanto comer. O que Risoleta não esperava é que, paralelamente a isso tudo, se apaixonaria pelo misterioso Professor Aristóbulo, um homem sombrio e muito tradicional, que diz não dormir há mais de 10 anos. O que ele esconde de todos é o fato dele se transformar em lobisomem toda noite de quinta para sexta.
João Gibão é um dos líderes dos mudancistas, um moço tímido mas muito sonhador. Uma das características mais peculiares em Gibão é sua excêntrica corcunda nas costas que não revela para ninguém, nem mesmo para sua namorada Marcina (Chandelly Braz), esta filha de Maria Aparadeira e Seu Cazuza, que não aprovam o namoro da filha com o "esquisito". A verdade é que ele possui um belo par de asas nas costas, sendo que sua mãe, Leocádia (Renata Sorrah), é a única que sabe sobre isso, pois nem mesmo seu irmão Lua Viana mantém grandes intimidades com Gibão. Lua é o prefeito de Bole-Bole, mas prefere não aderir a nenhum "partido", e por isso se mantém neutro com a questão da mudança de nome.
Final da Trama[editar | editar código-fonte]
Segundo o resultado do plebiscito, "Saramandaia" vence "Bole-Bole" numa diferença de 7 votos, para o desagrado dos bole-bolenses mais tradicionalistas. Além de tudo isso, a cidade é abalada com a explosão de Dona Redonda, que acontece no meio da praça depois que ela descobre sobre as asas de Gibão. Outro acontecimento emblemático ocorre quando o relacionamento de Stela e Tiago é revelado, e as duas famílias se reconciliam, quando Tibério e Candinha enfim se reencontram e se transformam em uma só árvore. Depois que todos descobrem definitivamente o segredo do Professor Aristóbulo, ele passa a ser vítima de preconceito na cidade pelo fato de ser um lobisomem. Mas, depois de passar a noite com Risoleta ele finalmente consegue dormir e inclusive passa a controlar sua transformação. Depois de tantas desavenças, no casamento de Gibão e Marcina inusitadamente Zico Rosado aparece para atirar em Gibão, mas a bala acaba atingindo Marcina. É nesse momento em que Gibão finalmente revela suas asas e salva Marcina, quando sobrevoa a cidade voltando no tempo e impedindo o tiro. Todos também se impressionam quando nasce o filho de Zélia com Lua, que vem ao mundo com um par de asas parecidas com as de Gibão. Depois de descobrir ser pai de Zélia, Zico rapta o bebê para torná-lo o mais novo herdeiro dos Rosado, mas Vitória acaba se sedendo para Zico para poupar a vida de seu neto. Zico e Vitória acabam morrendo soterrados quando a mansão dos Rosado desaba por causa do imenso formigueiro que se formou nas paredes da casa. Na última cena, João Gibão sobrevoa a cidade representando a liberdade e o início de um novo tempo.
Elenco[editar | editar código-fonte]
Ver página: Elenco de Saramandaia (2013)
Ator/Atriz | Personagem |
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Sergio Guizé | João Gibão (João Evangelista Viana)6 7 8 9 10 |
Leandra Leal | Zélia Vilar11 |
José Mayer | Eurico (Zico Rosado)12 13 14 |
Lília Cabral | Vitória Vilar15 16 17 18 |
Vera Holtz | Dona Redonda (Evangelina de Souza)19 20 21 / Dona Bitela 22 |
Débora Bloch | Risoleta 23 24 |
Gabriel Braga Nunes | Professor Aristóbulo Camargo25 |
Chandelly Braz | Marcina Moreira26 |
Ana Beatriz Nogueira | Maria Aparadeira (Maria Aparecida Moreira) |
Marcos Palmeira | Seu Cazuza Moreira27 28 |
Matheus Nachtergaele | Seu Encolheu29 |
Renata Sorrah | Leocádia Viana30 31 32 |
Fernanda Montenegro | Dona Candinha (Cândida Rosado) |
Tarcísio Meira | Tibério Vilar 33 |
Marcos Pasquim | Carlito Prata34 |
Aracy Balabanian | Dona Pupu (Eponina Camargo)35 |
Ângela Figueiredo | Santinha (Helena Santa Rosado)36 37 |
Laura Neiva | Stela Rosado38 39 |
Fernando Belo | Lua Viana |
Thaís Melchior | Bia (Bibiana Botelho de Souza) |
André Bankoff | Pedro Viana |
Lívia de Bueno | Laura Rosado |
Pedro Tergolina | Tiago Tavares |
André Frateschi | Dr. Rochinha (Álvaro Rocha) |
Ilva Niño | Cleide Tavares |
Clementino Kelé | Miro |
Luiz Henrique Nogueira | Homão (Belisário Camargo) 40 |
Maurício Tizumba | Padre Romeu |
Georgiana Góes | Dona Fifi |
Theodoro Cochrane | Delegado Petronílio Peixoto |
Zéu Britto | Maestro Totó |
André Abujamra | Maestro Cursino |
Val Perré | Firmino |
Dja Martins | Das Dores |
Carolina Bezerra | Dora 41 |
Camila Lucciola | Rosalice 42 |
Marcos Otávio | Veterinário Dinho |
Gustavo Novaes | Engenheiro Celso |
Olivia Torres | Dona Candinha (jovem) |
Rodrigo Dourado | Zico Rosado (jovem) |
Michelle Batista | Vitória Vilar (jovem) |
Repercussão[editar | editar código-fonte]
- A cena que marcou a novela foi a explosão da dona Redonda (Vera Holtz). A cena foi ao ar no capítulo 44, exibido em 05 de setembro de 2013.
- Mesmo com baixa audiência, era um dos assuntos mais comentados no Twitter.
- A novela foi homenageada no especial Show 50 anos, cantaram a música "Pavão Misterioso", tema de João Gibão (Sérgio Guizé) e uma mulher se vestiu de Dona Redonda.
- Manoel Carlos revelou que a novela que mais marcou a Globo foi "Saramandaia", ele disse Pela criatividade, humor refinado e oportuno, um retrato do Brasil desde sempre e para sempre. Salpicada de cenas inesquecíveis.
Produção[editar | editar código-fonte]
Efeitos Visuais[editar | editar código-fonte]
A maioria dos efeitos é feita por meio de computação gráfica. É assim com a transformação do professor Aristóbulo, vivido por Gabriel Braga Nunes, em lobisomem, com as formigas que saem do nariz do fazendeiro Zico Rosado, de José Mayer, com o coração que sai pela boca do farmacêutico Cazuza, interpretado por Marcos Palmeira e as asas de João Gibão (Sérgio Guizé).
"Utilizamos uma tecnologia trazida da Califórnia (EUA). Fizemos uma malha virtual que, com composições 3D, imprime o máximo de realismo possível, sempre casando efeito mecânico com digital", conta Mamberti. Os efeitos são inseridos às cenas rodadas, realizadas pelos atores em fundos verdes. Isso obriga a equipe a trabalhar com antecedência média de duas semanas.
"É tudo virtual, mas tem de ser crível", reforça o diretor geral Fabrício Mamberti. A cena do personagem vivido por Sergio Guizé marca o desfecho da trama, e sua edição foi feita por profissionais da emissora, que desenvolveram a tecnologia a partir de uma parceria com o Institute of Creative Technology, de Los Angeles. "Nós desenvolvemos os softwares. Não há formação universitária para isso. Aqui, somos engenheiros de computação e também há um arquiteto trabalhando conosco", explica Pablo Bioni, do departamento de pesquisa de efeitos visuais. Em um prédio silencioso, cheio de corredores escuros e em meio ao vai e vem de artistas no Projac, zona oeste do Rio, 14 profissionais dedicaram-se às imagens de "Saramandaia" desde outubro de 2012, oito meses antes de a novela ir ao ar. A primeira etapa foi criar a cidade virtualmente. "Marcamos todos os planos e as posições de câmeras que faríamos. Não poderíamos perder tempo", relembra Mamberti.
No começo de 2013, Vera Holtz, Gabriel Braga Nunes e Sergio Guizé, respectivamente, Dona Redonda, o lobisomem Aristóbulo e João Gibão, foram a Los Angeles e passaram por um scanner, procedimento comum em produções de Hollywood como "O Homem de Aço". Com as imagens dos corpos no s computadores, a equipe do Brasil criou os efeitos sobrepostos nos atores ou totalmente virtuais.43
Nas sequências em que Aristóbulo se transforma em lobisomem, por exemplo, parte dos efeitos é feita a partir de imagens do ator. Em seu rosto, foram adicionados pelos, e seus olhos tiveram as cores alteradas. Entretanto, nas cenas em que o personagem se mexe na tela, tudo é feito digitalmente. "Se um efeito não funciona, vou para outro detalhes (da anatomia)", conta Bioni.
Em outras cenas, o elenco atua com poucas peças no cenário e o restante é inserido em 3D. Para a cena do capítulo final, em que a casa de Zico Rosado (José Mayer) desaba, os móveis foram gravados previamente, e o ator entrou num estúdio sem nenhum objeto, com fundo de chroma key (painel que permite que as imagens sejam inseridas posteriormente). Por meio de computação, o teto começará a ruir em meio a uma colagem.
Um dos desafios de pós-produção é o render, etapa em que os computadores processam os efeitos no vídeo. "Tem cena que leva um dia nisso. Temos cem máquinas para fazer o render", entrega Eduardo Halfen, produtor executivo de efeitos visuais. Segundo Fabrício Mamberti, apesar de toda a movimentação e desenvolvimento de tecnologia, os efeitos são um bom negócios. "É sete vezes mais barato do que gravar em uma locação. Isso amplia o lado criativo", diz.
Efeitos Especiais[editar | editar código-fonte]
Os efeitos especiais de Saramandaia são um show à parte dentro da trama das 11. Para realizar esse espetáculo que encanta o público, a emissora não poupou investimentos. O processo de caracterização dos personagens começou a ser desenvolvido no fim de 2012 e contou com a consultoria do maquiador inglês Mark Coulier, que ganhou o Oscar 2012 por seu trabalho no filme A Dama de Ferro, protagonizado por Meryl Streep. O diretor-geral da novela, Fabrício Mamberti, e a figurinista Gogóia Sampaio, que desvendam os segredos desse universo. "O trabalho do Mark no filme nos impressionou muito, por isso o convidamos. Ele esteve conosco aqui por alguns dias nos prestando consultoria e acompanhando o trabalho da nossa equipe de caracterização e efeitos especiais", contou Gogóia.44 Além disso, a mesma equipe que cuidou dos efeitos especiais da franquiaHarry Potter, foi contratada quase que exclusivamente para o personagem de Gabriel Braga Nunes.45
Temas[editar | editar código-fonte]
A primeira versão de 1976 abordou temas como a ditadura militar metaforicamente, isto é, de maneira quase subliminar. Em uma nova versão contemporânea para 2013, a ditadura acabou e, outros temas passam a ser explorados na novela como o preconceito entre as diferenças, a liberdade de expressão, a corrupção, e até mesmo o bullyingsofrido pelos personagens mais esdrúxulos, segundo o próprio Ricardo Linhares declarou.46
O protesto dos habitantes de Bole-Bole, curiosamente coincidiu com as manifestações iniciadas em junho de 2013 em todo o país.
Alguns temas inéditos abordados por Ricardo Linhares que passaram quase despercebidos na novela: o Mesadão de Bole-Bole, como era chamado o dinheiro sujo que Zico Rosado (José Mayer) oferecia à população para que se colocassem politicamente a seu favor. Trata-se de uma clara referência ao Escândalo do Mensalão, com notoriedade na época; No último capítulo da novela, o Padre Romeu (Maurício Tizumba) é excomungado depois de realizar o casamento entre Risoleta (Débora Bloch) e Aristóbulo (Gabriel Braga Nunes), reprovado pela população bole-bolense por tratar-se da união de um lobisomem com uma ex-prostituta. O fato remete às mais novas modalidades de união civil, que muitas vezes não são aceitas pelo povo, até os dias atuais. O homossexualismo é outro assunto tratado indiretamente: quando todos descobrem que Aristóbulo é um lobisomem, passam a comentar que ele "saiu do armário", mesmo termo utilizado para os gays que revelam abertamente sua sexualidade. Além disso, na última cena do delegado Petronilho (Theodoro Cochrane), que afirmava ter feito um voto de castidade, aparece ao lado de um rapaz no bar da pensão de Risoleta, dando a entender que trata-se de um novo companheiro.47
Tempo e espaço[editar | editar código-fonte]
A cidade de Bole-Bole está localizada na zona canavieira do estado de Pernambuco. As placas na estrada indicam o caminho, mas seu C.E.P. é fictício. Bole-Bole situa-se no interior da região nordeste por causa das dunas nos arredores da cidade com pequenas lagoas que lembram os Lençóis Maranhenses. Se a arquitetura fosse uma pista, construções barrocas, góticas, em art déco e vanguardistas não ajudariam. As antigas ruínas da cidade indicam qualquer coisa, menos que o lugar parou no tempo. Computadores, tablets e smartphones mostram que, se até a modernidade a encontrou no mapa, não deve ser tão difícil chegar a Bole-Bole. Aparentemente é vizinha da também fictícia Serro Azul, que segundo os personagens é uma cidade maior do qual Bole-Bole é dependente.
Aspectos modernos como a presença dos mais recentes aparelhos eletrônicos utilizados pelos personagens podem ser notados, constatando que a trama é mais ou menos contemporânea. Porém, também existem referências antigas, como o estilo das construções arcaico de Bole-Bole além de ocupações não tão frequentes nos dias de hoje como a do Professor Aristóbulo, que é diretor de um centro cívico, e a de Maria Aparadeira que realiza partos em casa.
Saramandaia era, na verdade, uma trama "atemporal" e sem um espaço definido. Os jovens da cidade representavam a atual geração, com seus perfis rebeldes e engajados. Já personagens como Zico Rosado e Tibério Vilar lembravam os coronéis de antigamente, rancorosos, cheios de jagunços e conservadorismos. As fazendas Vilar e Rosado possuíam aspectos de engenhos do século XIX, assim como a farmácia de Seu Cazuza lembrava as clássicas boticas. Candelabros e castiçais muitas vezes substituíam lâmpadas e luminárias nos cenários para retratar um clima arcaico, e até mesmo mais sombrio. A arquitetura bole-bolense possuía um estilo bem variado, que coletava aspectos de várias cidades do Brasil, e até de outros países. Estilos góticos como gárgulas e monumentos de pedra com muitos detalhes, e carrancas esculpidas puderam ser percebidos no cenário. A casa de Aristóbulo possuía aspectos da arquitetura inglesa, enquanto a pensão de Risoleta tinha várias referências a cabarés, pin-ups, e outros elementos dos anos 1950.
Homenagens[editar | editar código-fonte]
Ricardo Linhares decidiu homenagear o autor original Dias Gomes, introduzindo-o dentro da história. Em Bole-Bole, todos eram devotos do padroeiro Santo Dias. Segundo os personagens, ele é quem decide o que acontece ou deixa de acontecer na cidade.48
Referências a outras obras também puderam ser notadas na trama. O sotaque dos bole-bolenses, cheio de neologismos e sufixos trocados remetem ao personagem Odorico Paraguaçu, de O Bem Amado, outra autoria de Dias Gomes. Rosa Palmeirão, referida pela personagem Risoleta como uma cafetina da qual já foi sócia, foi uma personagem da novela Porto dos Milagres, originalmente interpretada por Luiza Tomé. A fictícia cidade de Serro Azul, muitas vezes referida pelos personagens como vizinha de Bole-Bole, também já foi usada da mesma forma nas novelas Pedra Sobre Pedra, Fera Ferida e A Indomada, escritas por Ricardo Linhares em parceria com Aguinaldo Silva. Também podem ser percebidos outras referências à cidades de novelas, como Tubiacanga, Greenville e Sucupira.
Classificação Indicativa[editar | editar código-fonte]
Seguindo o padrão do horário, a novela estreou classificada como inadequada para menores de 16 anos, por apresentar linguagem obscena e cenas de nudez. Porém, a partir de agosto de 2013, foi reclassificada como inadequada para menores de 14 anos, por ter sido considerada uma trama mais leve e com poucas cenas impróprias, se comparada com as antecessoras O Astro e Gabriela.49
Audiência[editar | editar código-fonte]
A estreia da telenovela, que aconteceu no dia 24 de junho, obteve média de 27 pontos de audiência, com pico de 31 pontos, inferior a audiência de suas antecessoras Gabrielae o Astro, que no capítulo de estreia marcaram 30 e 28 pontos respectivamente. No dia 24 de julho a novela não foi exibida devido a transmissão da final da Taça Libertadores da América ter se encerrado à 01:00 do dia 25. Seu recorde negativo foi de 10 pontos registrado no dia 31 de julho de 2013 . Em seu último capítulo registrou média de 18 pontos. Teve média geral de 15 pontos, inferior a sua antecessora Gabriela que teve média de 19 pontos.
Trilha sonora[editar | editar código-fonte]
Nacional[editar | editar código-fonte]
Capa: Logotipo de novela.
N.º | Título | Música | Personagem | Duração | |
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1. | "A Cor do Desejo" | Ney Matogrosso | Vitória e Zico | ||
2. | "Adoração" | Felipe Catto | Marcina e Gibão | ||
3. | "Enquanto Penso Nela" | Zélia Duncan | |||
4. | "Lindo Lago do Amor" | Adriana Calcanhotto | Stela e Tiago | ||
5. | "O Tempo Soa" | Qinho | |||
6. | "Pavão Misterioso50 " | Ednardo | João Gibão | ||
7. | "Se Não For Amor, Eu Cegue" | Lenine | Risoleta e Aristobulo | ||
8. | "Jeca Total" | Gilberto Gil | Geral | ||
9. | "Chão, Pó, Poeira" | Gonzaguinha | Locação: Bole-Bole | ||
10. | "Capim Novo" | Luiz Gonzaga | |||
11. | "O Ciúme" | Denny & Dino | Zélia e Lua | ||
12. | "Imaginação" | André Abujamra | Candinha e Tibério | ||
13. | "Saramandaia" | Sérgio Saraceni, Rodrigo Shá, Zé Canuto & Tim Malick | Abertura51 | ||
14. | "Xâmego" | Fafá de Belém | |||
15. | "Bole-Bole" | Péricles | Cidade de Bole-Bole | ||
16. | "Tempo" | Rey Biannchi |
Prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]
Ano | Prêmio | Categoria | Indicação | Resultado | Ref |
---|---|---|---|---|---|
2013 | Prêmio Extra de Televisão | Melhor Novela | Ricardo Linhares | Indicado | 52 53 |
Melhor Ator Revelação | Sérgio Guizé | Indicado | 52 | ||
Melhor Figurino | Gogoia Sampaio | Indicado | 52 | ||
Melhor Maquiagem | Maxwell Pinheiro | Venceu | 52 | ||
Prêmio Quem de Televisão | Melhor Ator | Gabriel Braga Nunes | Indicado | 54 | |
Sérgio Guizé | Indicado | 54 | |||
Melhor Atriz | Débora Bloch | Indicado | 54 | ||
Melhor Ator Coadjuvante | Matheus Nachtergaele | Indicado | 54 | ||
Melhor Atriz Coadjuvante | Chandelly Braz | Indicado | 54 | ||
Vera Holtz | Indicado | 54 | |||
Melhor Autor de Novela | Ricardo Linhares | Indicado | 54 | ||
Melhores do Ano | Melhor Ator Revelação | Sérgio Guizé | Indicado | 5 |
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