Total de visualizações de página

Total de visualizações de página

Total de visualizações de página

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Anos Rebeldes 1992

Anos Rebeldes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Índice

[esconder]
Anos Rebeldes é uma minissérie brasileira produzida e transmitida pela Rede Globo, entre 14 de julho e 14 de agosto de 1992, às 22h30, tendo totalizado 20 capítulos. A minissérie foi inspirada nos livros: 1968 – O Ano que Não Terminou, de Zuenir Ventura, e Os Carbonários, de Alfredo Sirkis.
Foi escrita por Gilberto Braga e Sérgio Marques, com a colaboração de Ricardo Linhares e Ângela Carneiro, e dirigida por Dennis Carvalho, Ivan Zettel e Sílvio Tendler, com direção geral de Dennis Carvalho.
A minissérie foi reapresentada no canal pago Viva, para comemorar 1º ano do canal de 30 de maio de 2011 à 24 de Junho de 2011, às 23H45, foi substituída por A, E, I, O... Urca (1990).

[editar] Sinopse

O cenário é o Rio de Janeiro da classe média e a trama segue o romance entre os jovens Maria Lúcia e João Alfredo, e a trajetória de um grupo de colegas do tradicional Colégio Pedro II, desde 1964, quando se formam e se instala no Brasil o regime de ditadura, até 1985, altura em que a política governamental terá já influenciado definitivamente os seus destinos.
Maria Lúcia é uma jovem individualista, traumatizada com a história do pai, Orlando Damasceno, um jornalista conhecido e membro do Partido Comunista, que sempre colocou seus ideais acima da realização pessoal. Quando ela conhece João Alfredo, percebe que ele tem o mesmo perfil do pai e tem medo de se entregar à paixão. João, por sua vez, é um jovem de classe média extremamente preocupado com as questões sociais do país. Ao se apaixonar por Maria Lúcia, ele fica dividido entre o relacionamento afetivo e a militância política.
O melhor amigo de João, Edgar, também se apaixona por Maria Lúcia e passa a disputar o amor da jovem com João Alfredo. Com o perfil oposto ao do amigo, Edgar não se envolve com as questões sociais do país, preferindo investir na profissão e na felicidade pessoal.
Apesar de se amarem, Maria Lúcia e João Alfredo vivem em conflito por causa da política e da ideologia de cada um. O namoro dos dois fica ainda mais difícil quando ele decide entrar para a luta armada. Após muitos encontros e desencontros, os dois acabam se separando definitivamente. Ela se casa com Edgar, e João, perseguido pela ditadura, é obrigado a sair do país.
Entre os companheiros do movimento está Heloísa, filha do poderoso banqueiro Fábio Brito, que ajudou a financiar o golpe militar de 1964. De garota rica e mimada, Heloísa dá uma reviravolta em sua vida ao entrar para luta armada.
O destino dos personagens está diretamente ligado ao momento político do país, que não atua, na minissérie, apenas como pano de fundo, como ocorreu com o período histórico da minissérie Anos Dourados, também de Gilberto Braga.

[editar] Elenco

Em ordem de abertura
com
Apresentando

[editar] Participações especiais

[editar] Personagens

Abaixo, segue-se uma breve descrição dos principais personagens, de acordo com o Jornal do Brasil:[1]
  • Maria Lúcia (Malu Mader) - Estudante do colégio Pedro II, em 1964. Filha de um famoso jornalista e escritor de esquerda, é atormentada pelos riscos de uma vida idealista, pois viveu essa experiência em casa. Ao se apaixonar por João Alfredo, fica dividida entre mergulhar no seu sentimento ou aceitar uma vida tranqüila, mas sem paixão, ao lado de Edgar.
  • João Alfredo (Cássio Gabus Mendes) - Líder do grupo de amigos do Pedro II, é de uma típica família classe média da zona Sul, que não apoiará sua participação no movimento político. Ele, porém, faz sua opção, envolvendo-se cada vez mais na militância e tendo, por isso, que se separar de Maria Lúcia, seu grande amor.
  • Edgar (Marcelo Serrado) - Melhor amigo de João Alfredo e seu principal rival no amor de Maria Lúcia, se qualquer deslealdade. Inteligente e ambicioso, tem rápida a profissional, mas preserva o bom caráter.
  • Galeno (Pedro Cardoso) - Da turma do Pedro II, quer ser artista e não se esmera muita nos estudos.
  • Waldir (André Pimentel) - Completa o quarteto de amigos do colégio. Muito serio, acaba se afastando e fazendo alianças não muito honrosas.
  • Lavínia (Paula Newlands) - Grande amiga de Maria Lúcia, é a primeira do seu grupo a se casar.
  • Heloísa (Cláudia Abreu) - Filha de um poderoso banqueiro, conhece Maria Lúcia no curso de francês e torna-se sua amiga. Vai entrar em choque com os padrões tradicionais da família e começar a participar do movimento político, dando uma reviravolta em sua vida
  • Orlando Damasceno (Geraldo del Rey) - Pai de Maria Lúcia, escritor comunista conhecido e respeitado por suas posições. Terá uma forte ligação com João Alfredo.
  • Carmem (Bete Mendes) - Mãe de Maria Lúcia, é completamente dependente do marido. Com a morte dele, a filha é quem assumirá diversas responsabilidades, pois Carmem não tem estrutura para isso.
  • Seu Teobaldo (Castro Gonzaga) - Pai de Damasceno, funcionário público aposentado.
  • Marta (Lourdes Mayer) - Mãe de Damasceno. Com a morte deste, irá morar com Maria Lúcia e sua mãe.
  • Abelardo (Ivan Cândido) - Pai de João Alfredo, terá fortes conflitos ideológicos com o filho, pois é, um udenista convicto. Proprietário de uma pequena papelaria em Ipanema.
  • Valquíria (Norma Blum) - Mãe de João Alfredo, ajuda o marido na papelaria e tem uma forte ligação afetiva com o filho, sofrendo muito quando ele sai de casa.
  • Regina (Mila Moreira) - Mãe de Edgar, com quem tem um excelente relação. Ficou viúva muito jovem, mas conseguiu estruturar sua pequena família.
  • Idalina (Fátima Freire) - Irmã de Galeno, casada com um militar.
  • Capitão Rangel (Roberto Pirilo) - Marido de Idalina, ajudou na educação de Galeno.
  • Xavier (Bemvindo Sequeira) - Porteiro do edifício onde mora a família de João Alfredo, será despedido por problemas de alcoolismo e se tornará caseiro do sítio dos pais de Lavínia. E pai de Waldir.
  • Queiros (Carlos Zara) - Pai de Lavínia, tem uma pequena editora que irá falir e ser encampada pela holding do banqueiro Fábio. Intelectual liberal, é uma pessoa amável e consciente.
  • Yone (Maria Lúcia Dahl) - Mulher de Queirós, forma com ele um simpático casal.
  • Fábio (José Wilker) - Poderoso banqueiro,que ajuda a financiar o golpe militar, é envolvente e capaz de enorme frieza. Mulherengo, terá graves crises matrimoniais, mas seu grande choque será através da filha Heloísa.
  • Natália (Betty Lago) - Tenta desesperadamente manter seu casamento com Fábio. Tem uma boa relação com os filhos e se envolverá com Avelar.
  • Professor Avelar (Kadu Moliterno) - Um ídolo para seus alunos, leciona história com um enfoque esquerdista. E um teórico do socialismo e se sentirá inconformado quando souber que jovens com quem conviveu estão nas prisões. Vai se envolver amorosamente com Natália, que irá ajudá-lo em momentos de crise.
  • Ex-babá de Heloísa, ZULMIRA (Edir de Castro).

[editar] Produção

Grande parte das cenas foi filmada em estúdio. O Teatro Opinião e parte do cinema Paissandu foram reconstituídas pelo cenógrafo Mário Monteiro e pela produtora de arte Cristina Médicis.[2]
O cineasta Sílvio Tendler, através de uma extensa pesquisa em fotos, recortes de jornais, e arquivos da própria TV Globo, Cinemateca Brasileira de São Paulo e Arquivo Nacional, foi o responsável pelos fotogramas em preto e branco que eram transmitidos ao longo da minissérie. " Achei o convite do Gilberto Braga curioso e, ao mesmo tempo, genial. Afinal, tenho o maior interesse em recuperar fotograma por fotograma da história do Brasil, seja na televisão ou no cinema. E "Anos Rebeldes" vai possibilitar isso, já que é uma minissérie ambientada no Rio de Janeiro, entre 1965 e 1978" - disse Sílvio Tendler na época da estreia.[3] Algumas cenas foram gravadas em preto e branco e em 16 mm para se fundirem com o material de arquivo.[4]
Pouco tempo antes de sua estreia, a minissérie teve que ser reescrita do 11º ao 14º capítulo. O vice-presidente de operações da TV Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni), quis que Gilberto Braga a reescrevesse pois, de acordo com ele, o autor havia exagerado na parte política e deixado o romance, fio condutor da trama, de lado. "Na sinopse que aprovei, a revolução de 68 aparecia como pano de fundo de uma história de amor. Além disso, se eu quisesse uma minissérie política teria feito a encomenda a outro autor. O Gilberto é um mestre em contar histórias sobre o sentimento e o cotidiano das pessoas", justificou Boni.[5] As gravações tiveram de ser temporariamente suspensas.

[editar] Curiosidades

Broom icon.svg
Seções de curiosidades são desencorajadas pelas políticas da Wikipédia.
Este artigo pode ser melhorado, integrando ao texto os itens relevantes e removendo os supérfluos ou impróprios.
  • Exibida entre 14 de julho e 14 de agosto de 1992, em 20 capítulos.
  • A excelente reconstituição de época, o roteiro muitíssimo bem adaptado pela TV pelas mãos de Gilberto Braga, a direção impecável de Dênis Carvalho e um elenco afiadíssimo foram o ponto alto desta minissérie para televisão, considerada antológica.
  • Anos Rebeldes foi reprisada três vezes: entre 7 de março e 31 de março de 1995, em 16 capítulos, dentro do Festival 30 anos da TV Globo, em janeiro de 2005, pelo canal Multishow, em comemoração aos 40 anos da Rede Globo e em 30 de maio de 2011 no Canal Viva, em comemoração ao 1 ano do canal
  • Gilberto Braga começou a escrever a minissérie em 1991, porém teve que interrompê-la devido à novela O Dono do Mundo.[6]
  • Antológica a cena do último capítulo em que Heloísa, personagem magistralmente interpretada por Cláudia Abreu, é brutalmente assassinada. A despeito da falha na continuidade da cena (a bolsa de Heloísa é lançada na hora dos tiros, logo depois, a cena é focada no corpo da personagem e a bolsa aparece perto da mesma), é uma passagem muito emocionante.
  • Anos Rebeldes ganhou uma versão literária, adaptada por Flávio de Campos. O livro homônimo foi lançado pela Editora Globo, em 29 de julho de 1992.[7]
  • Isabel Diegues, filha de Nara Leão e Cacá Diegues, interpretou a mãe na minissérie.[8]
  • Um fato curioso é que, durante a exibição da minissérie, jovens foram às ruas, pedir pelo impeachment do então presidente da República, Fernando Collor de Mello. Coincidência ou não, os jovens cara-pintada ganharam a parada e o presidente foi deposto na terça-feira, de 29 de setembro de 1992, um mês e meio após o término da minissérie. Todos associaram a queda do presidente à exibição da minissérie, que teria incentivado os jovens a se rebelarem. Inclusive, de acordo com a Folha de S. Paulo, os manifestantes cantavam "Alegria Alegria", de Caetano Veloso, música que fora tocada na minissérie, e repetiam os mesmos slogans da época.[9]
  • Para melhor compor seus personagens, alguns atores tiveram aulas de política, sendo que o elenco foi reunido em torno de Bete Mendes, Francisco Milani e Gianfrancesco Guarnieri, que foram participantes ativos durante a época.[10]
  • A redação do jornal Última Hora, que havia sido encerrado pouco tempo antes, foi utilizada como cenário.
  • Em 2003, foi lançado um box com três DVDs contendo uma versão compacta da minissérie, além de uma entrevista com parte do elenco.
  • Anos Rebeldes é considerada a continuação de Anos Dourados, minissérie exibida em 1986, que retratava os anos 50.

[editar] Trilha sonora

Anos Rebeldes
Trilha sonora por vários intérpretes
Lançamento1992
Gênero(s)Vários
Formato(s)CD
Gravadora(s)Som Livre
  1. "Baby" - Gal Costa e Caetano Veloso
  2. "Sapore di Sale" - Gino Paoli
  3. "Carta ao Tom" - Toquinho e Vinícius
  4. "Can't Take My Eyes off You" - Frankie Valley & The Four Seasons
  5. "Mascarada" - Emílio Santiago
  6. "Alegria Alegria" - Caetano Veloso
  7. "Going Out of My Head" - Sérgio Mendes
  8. "Monday Monday" - The Mamas & The Papas
  9. "There's a Kind of Hush" - Herman's Hermits
  10. "Soy Loco Por Ti America" - Caetano Veloso
  11. "Discussão" - Sylvinha Telles
  12. "Call Me" - Chris Montez
  13. "Senza Fine" - Ornella Vanoni
  14. "Guantanamera" - Edom e Felipe
  15. "The House Of The Rising Sun" - Edom e Felipe

Nenhum comentário:

Postar um comentário