Uma rua no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, é desapropriada para a construção de uma linha do metrô. A partir daí, a novela acompanha a história dos moradores, o recomeço de suas vidas alteradas pelo progresso da cidade, suas relações familiares e amorosas. Seu Menelau (Sadi Cabral) é um deles. Grego, dono de uma agência matrimonial e pai de três filhos – Tomás (Cecil Thiré), Sônia (Isabel Ribeiro) e Oswaldo (Luís Gustavo) – é um dos mais antigos do local e tem sua casadesapropriada e destruída, vendo-se obrigado a morar em um apartamento. Filho de Seu Menelau, Tomás mora no apartamento do pai com a esposa Leda Maria (Betty Faria) e o filho Téo (Carlos Poyart). Ciumento, após uma discussão com Leda Maria em um baile de carnaval, Tomás sai irritado do salão de festas e acaba sendo atropelado, acidente que provoca sua morte. Precocemente viúva, Leda Maria envolve-se simultaneamente com o Dr. Victor Amadeu (Francisco Cuoco), filho de sua amiga Rosa (Elza Gomes), um médico idealista que atende gratuitamente os moradores da redondeza, e com Dino César (Mario Gomes), aspirante a cantor e paixão de adolescência da moça. O triângulo amoroso complica-se quando Dino se aproxima de Cláudia (Suzana Vieira), também uma jovem viúva e filha do dono de uma gravadora. Enquanto Dino ascende na carreira fonográfica, Leda batalha para se harmonizar com a família do ex-marido, criar o filho, apesar das dificuldades, e esquecer sua antiga paixão por Dino. No fim, depois de muitos desencontros, Leda vive um amor maduro com Victor.
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Dando continuidade à fase mais realista de sua carreira, iniciada em Fogo Sobre Terra e sacramentada no ano anterior com o arrebatador sucesso de Pecado Capital, Janete Clair, em Duas Vidas, provaria definitivamente que também dominava as artimanhas do folhetim moderno, conferindo, ao lado de Lauro César Muniz, um movimento inovador ao horário das 20 horas que ela mesma consagrara anteriormente. Com Pai Herói, contudo, voltaria aos modelos clássicos originários do melodrama radiofônico.
Nessa novela, Janete Clair voltaria a travar nova luta com a Censura. Nenhum personagem de Duas Vidas era inteiramente bom ou mau. O vilão da novela era o metrô, que era uma obra do Governo Federal, e, como tal, não poderia ser criticado na televisão. A censura também não gostou do relacionamento amoroso entre Sônia (Isabel Ribeiro) e Maurício (Stepan Nercessian). O diagnóstico foi implacável: além de subversiva, Duas Vidas atentava contra a moral e os bons costumes.[1]
O personagem-cantor Dino César passou a ser cantor também na vida real: o ator Mário Gomes gravou um disco, inclusive com uma música na trilha sonora da novela (Chiclete e Cabochard). E cantor com marca registrada: o colar de contas brancas que o personagem usava tornou-se moda nacional.
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