Mandala foi apresentada em 185 capítulos.
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[editar] Trama
O enredo transporta o mito de Édipo para o Rio de Janeiro do século XX.Rio de Janeiro, 1961. O presidente Jânio Quadros, inesperadamente, anuncia sua renúncia. Nesse contexto, a jovem Jocasta, uma estudante de sociologia, filha do dramaturgo e militante comunista Túlio Silveira, tem um romance com Laio, um alienado e rico jovem que sonha em se tornar um grande gângster. Grávida, ela dá à luz Édipo, que acaba retirado de seus braços ao nascer após Laio, um rapaz místico, consultar seu amigo e guru Argemiro, um paranormal que, ao jogar búzios, chega à conclusão de que a criança, no futuro, o matará e terá um romance com a própria mãe. Assustado, Laio planeja o sequestro do bebê e se desfaz dele.
Édipo então acaba recolhido pelo casal Américo e Mercedes e se torna um promissor produtor de vídeo, porém com fortes poderes paranormais, o que lhe causa muitos tormentos. 25 anos depois, Jocasta é uma bem-sucedida empresária, amparada pela amiga Vera, mas é frustrada e insatisfeita pelo fato de nunca ter conhecido o filho. Laio, um bissexual (tem um amante na trama, Cris, além de, nas entrelinhas, sentir uma atração diferente pelo amigo Argemiro), enfim conseguiu se transformar em um ilustre fora-da-lei, ampliando a fortuna e os negócios do pai, o comerciante Michel Lunardo, com o jogo do bicho e outros negócios ilegais, mas encontra em Tony Carrado seu maior rival.
Édipo e o pai se reencontram, por acaso, numa briga de trânsito. Sem saber da verdadeira identidade de Laio, Édipo acidentalmente o mata, empurrando-o de um penhasco. Mais tarde, ao procurar trabalho, acaba conhecendo e se apaixonando por Jocasta. Os dois se envolvem e, só posteriormente, descobrem que são mãe e filho. Em meio a isso, Jocasta é permanentemente assediada por Tony Carrado e passa a ser perseguida pelo seu antigo inimigo Argemiro, além de sofrer com os negócios escusos do irmão Creonte, um mau-caráter, e se interessar por Pedro Bergman, um charmoso advogado que contrata para localizar seu filho.
[editar] Elenco
- Vera Fischer - Jocasta Silveira
- Felipe Camargo - Édipo Junqueira
- Nuno Leal Maia - Tony Carrado
- Carlos Augusto Strazzer - Argemiro
- Lúcia Veríssimo - Letícia
- Gianfrancesco Guarnieri - Túlio Silveira
- Célia Helena - Ceres Silveira
- Gracindo Júnior - Creonte Silveira
- Raul Cortez - Pedro Bergman
- Oswaldo Loureiro - Américo Junqueira
- Ângela Leal - Mercedes Junqueira
- Imara Reis - Vera
- Osmar Prado - Gerson Silveira
- Bia Seidl - Mariana
- Paulo Gracindo - Vovô Pepê (Petronílio Silveira)
- Yara Côrtes - D. Conchita
- Ilka Soares - Lena
- Milton Gonçalves - Apolinário Santana
- Aída Leiner - Eurídice Barbosa Santana
- Grande Otelo - Jonas Caetano Barbosa
- Ruth de Souza - Zezé (Maria José Barbosa)
- Aracy Cardoso - Flora
- Betina Viany - Ondina (Madame Lorrain)
- Jayme Periard - Miguel
- Jandir Ferrari - Toninho Carrado
- Betty Erthal - Dalva
- Lupe Gigliotti - Dona Severina
- Fafy Siqueira - Jupira
- Carlos Kroeber - Dr. Henrique
- Reynaldo Gonzaga - Nando
- Chico Diaz - Rafael
- Maria Alves - Carmem Barbosa Santana
- Marcos Breda - Hans
- Antonio Grassi - Zé Mário
- Chico Tenreiro - Pinto
- Luiz Magnelli - Soneca
- Felipe Martins- Wanderley
- Tony Ferreira
[editar] Participações especiais na segunda fase
- Perry Salles - Laio Lunardo
- Marcelo Picchi - Chris
- Rubens Corrêa - Analista de Édipo
- Yara Amaral - mãe de Rafael
- Castro Gonzaga - Gilberto
- Francisco Milani - Efigênio
- Breno Bonin - Luís
- Gisela Arnoud - Luciana
- Esmeralda Hannah - Marli
- Rejane Goulart - Beatriz
- Walney Costa - Sinésio
- Luciana Fontenelli - Isabel
- Anna Gallo - Marlucy
- Cleonir dos Santos - Fiapo
- Theresa Mascarenhas - Marcene
- Christovam Netto - Tico-Tico
- Paulo Camargo - Marcos
[editar] Primeira fase
- Giulia Gam - Jocasta
- Taumaturgo Ferreira - Laio
- Suzana Faini - Glória Lunardo(mãe de Laio)
- Walmor Chagas - Michel Lunardo
- Marco Antônio Pâmio - Argemiro
- Marcos Palmeira - Creonte
- Deborah Evelyn - Vera
- Lília Cabral - Lena
- Mauro Mendonça - Adroaldo (pai de Vera)
- Beatriz Lyra - Estela (mãe de Vera)
- Daniel Dantas - Otávio
- Paulo César Pereio - Capitão (contrabandista)
- Danton Mello - Gerson
- Marina Miranda - Empregada doméstica da família de Jocasta
- Carlos Wilson - Pai-de-santo de Laio
- Luiz Sérgio Lima e Silva - Dirigente do Partido Comunista
- Daniel Trindade - Jorge
- Ana Luiza Folly - Secretária de Laio
- Júlio Levy - Mordomo de Michel
- Schulamith Yaari - Enfermeira da maternidade onde nasce Édipo
[editar] Trilha sonora
[editar] Trilha sonora nacional
- Capa: Vera Fischer
- "Mitos" - César Camargo Mariano
- "Viagem Ao Fundo do Ego" - Egotrip
- "Dou Não Dou" - Djavan
- "O Amor e o Poder (The Power Of Love)" - Rosana
- "Bobo da Corte" - Alceu Valença
- "Um Dia, Um Adeus" - Guilherme Arantes
- "Meu Mestre Coração" - Milton Nascimento
- "A Paz" - Zizi Possi
- "Eu Já Tirei a Tua Roupa" - Wando
- "Personagem" - Fafá de Belém
- "Eu Quero o Absurdo" - Tânia Alves
- "Tempo de Don Don" - Zeca Pagodinho
- "Preconceito" - Via Negromonte
- "Perdão" - Areia Quente
- "Eu Já Sei" - Garotos da Rua
- "Uma Mulher" - César Camargo Mariano (part. esp. Léo Gandelman)
[editar] Trilha sonora internacional
- Capa: Lúcia Veríssimo
- "A Matter Of Feeling" – Duran Duran(tema de Toninho e Marlucy)
- "Didn't We Almost Have It All" – Whitney Houston (tema de Jocasta)
- "Sugar Free" – Wa Wa Nee
- "With or Without You" – U2
- "Nothing's Gonna Change My Love For You" – Glenn Medeiros(tema de Letícia)
- "Bitter Fruit" – Little Stevens
- "No Conversation" – View From The Hill(tema de Vera)
- "Luka" - Suzanne Vega
- "Never Say Goodbye" – Bon Jovi (tema de Gérson e Mariana)
- "Lost In Emotion" – Lisa Lisa & Cult Jam
- "I've Been In Love Before" – Cutting Crew(tema de Tony Carrado)
- "Let The Sun Shine In Your Heart" – Wind(tema de Édipo)
- "I Think We're Alone Now" – Tiffany
- "Songbird" – Kenny G.(tema romântico geral)
[editar] Trilha sonora complementar: as preferidas de Tony Carrado
- Capa: Nuno Leal Maia
- "Eu Já Tirei a Tua Roupa" - Wando
- "Meu Dilema" - Fafá de Belém
- "Feristes Um Coração" - Zeca Pagodinho
- "A Semente" - Bezerra da Silva
- "Nossa História de Amor" - Gilson
- "Parabéns Pra Você" - Dicró
- "Pra Sempre Vou Te Amar" - Adriana
- "Estrada do Coração" - Agepê
- "Liga Pra Mim" - Gilberto Lemos
- "Boêmio" - Emílio Santiago
- "Na Certeza da Paz" - Almir Guineto
- "O Amor e o Poder (The Power Of Love)" - Rosana
[editar] Curiosidades
- Mandala foi uma novela polêmica que tratava de vários temas "complicados", como incesto, misticismo, bissexualidade, repressão política, jogo clandestino, racismo, alcoolismo, drogas e, pelo teor de sua sinopse, chegou até a ser vetada pela terminal porém ainda ativa Censura Federal do governo Sarney para o horário nobre das oito e meia da noite. Após alguns reparos feitos por Dias Gomes e negociações entre a cúpula da Globo e o governo federal, a trama foi finalmente liberada. Os primeiros 16 capítulos, no ar entre 12 de outubro e 29 de outubro de 1987, equivalentes ao prólogo da trama, foram fortes e bastante bem-sucedidos, revelando a atriz Giulia Gam e indicando um caminho promissor. Mas a confusão na ação contemporânea, tomada por um clima de paranormalidade e prejudicada pelos cortes oficiais, comprometeu o resultado final. Graças a tudo isso, Mandala ficou conhecida como "o samba do grego doido".
- Dias Gomes escreveu Jocasta pensando em Dina Sfat para interpretá-la. A atriz não topou. Vera Fischer viveu a personagem. Dina, já debilitada pelo câncer, fez Bebê a Bordo, em 1988, vindo a falecer pouco tempo após o término da novela.
- A interpretação memorável de Carlos Augusto Strazzer como o atormentado paranormal Argemiro e a engraçada criação de Nuno Leal Maia como Tony Carrado garantiram a audiência. Apaixonado por Jocasta, a quem chamava "minha deusa" e "minha flor", o bicheiro Tony Carrado fazia metáforas com o nome de seu advogado - Pinto - e soltava pérola atrás de pérola, como "Depois da tempestade vem a ambulância" e "Vê se tu vai decorar necrotério, que dá mais certo". O jeito do personagem Giovanni Improtta (José Wilker em Senhora do Destino, de 2004) é muito semelhante.
- Carlos Augusto Strazzer já havia interpretado um paranormal antes: Daniel do Prado, o protagonista de O Profeta, telenovela exibida pela TV Tupi em 1977.
- Primeira novela de Marcos Palmeira, Giulia Gam e Jandir Ferrari.
- O personagem de Jandir, Toninho, o filho único de Tony, não queria fazer faculdade, o que muito desgostava o pai, pois este queria que o rapaz alcançasse uma instrução que ele não obteve. O moço preferiu trabalhar na banca de jogo do pai.
- Em dada cena, Toninho teve febre alta. O quadro não cedia, até que Tony, quase que em desespero de causa, autorizou Argemiro a tentar curar o moço, o que foi conseguido com imposição de mãos, não sem antes o paranormal contar com a resistência de Débora, a mãe de Toninho, coadjuvada pelos médicos. Assim, porém, que veio a cura, Tony exclamou: "Tu conseguiste, Argemiro!", perante a incredulidade dos facultativos e da mãe.
- Aliás, a intérprete de Dalva, Betty Erthal, foi muito mal aproveitada na novela. De início, dava aulas de etiqueta ao marido, um homem que queria adquirir finesse, embora este pretendesse conquistar Jocasta. Pouco depois, novela vai, novela vem, Dalva simplesmente desapareceu da trama.
- Dias Gomes escreveu só até o 35º capítulo, deixando o desenvolvimento a cargo de Marcílio Moraes. Lauro César Muniz ajudou a escrever os capítulos finais, mas não foi creditado por seu trabalho.
- O personagem de Gianfrancesco Guarnieri, Túlio Silveira (pai de Jocasta), um dramaturgo comunista que enfrentava vários problemas com a polícia e o governo, embora guardasse semelhanças com a vida de seu próprio intérprete, foi inspirado em Mário Lago, grande amigo do autor Dias Gomes.
- Paulo Gracindo, que na vida real era pai de Gracindo Júnior, interpretou o avô do personagem de seu filho.
- Vera Fischer e Felipe Camargo viveram um romance dentro e fora da novela e acabaram se casando. A novela costuma ser bastante lembrada por esse fato.
- A tão aguardada cena do beijo entre mãe e filho demorou além do previsto para acontecer. Isso porque a Censura naturalmente resistiu a liberá-la. Após convencimentos de que a cena era justificável, já que ambos desconheciam seus laços familiares, os representantes do órgão federal finalmente consentiram. Mas, para evitar um mal-estar com o governo e com o público, nenhuma cena ou sequer insinuação de ato sexual entre os dois foi planejada.
- Uma música da trilha sonora é inconfundível, um verdadeiro clássico da década de 1980: "O Amor e o Poder", na voz de Rosana, mais conhecida pelo seu refrão: "Como uma deusa…".
- Apesar de todos os problemas, Mandala se tornou um sucesso, principalmente por ser um autêntico novelão brasileiro, repleto de grandes dramas, paixões, mistérios e maniqueísmo, sem falar no fabuloso elenco que deu vida à história. Porém, ainda assim, a novela jamais foi reprisada pela emissora.
- Última novela da atriz Célia Helena, que depois de seu término se afastaria definitivamente da televisão. Ela faleceu em 1997.
- Raul Cortez entrou no meio da trama e declarou, em várias entrevistas, que esse foi seu pior trabalho em televisão. Seu personagem, Pedro Bergman, foi muito mal aproveitado.
- O personagem de Nuno Leal Maia marcou época na TV. Seu personagem, Tony Carrado, fez tanto sucesso que foi lançado na época a coletânea musical As Preferidas de Tony Carrado, em vinil.
- Lúcia Veríssimo fez de sua personagem Letícia, um grande sucesso. Tanto, que estampou a capa da revista Playboy, de abril de 1988.
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